Vencedores do 11º Prêmio Amaerj Patrícia Acioli de Direitos Humanos são condecorados em cerimônia no TJRJ

Vencedores do 11º Prêmio Amaerj Patrícia Acioli de Direitos Humanos são condecorados em cerimônia no TJRJ
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 08/11/2022 10:00

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) realizou nesta segunda-feira (7/11), no Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), a cerimônia de entrega do 11º Prêmio Patrícia Acioli de Direitos Humanos. Dos 322 trabalhos inscritos, 18 foram selecionados como finalistas para concorrer nas seguintes categorias: Trabalhos dos Magistrados, Reportagens Jornalísticas, Práticas Humanísticas e Trabalhos Acadêmicos. 

Nesta edição, a categoria Hors Concours - destinada a laurear personalidade com notável atuação na área de Direitos Humanos e Cidadania - foi dedicada ao desembargador Antônio Jayme Boente, que faleceu em abril passado.  

A presidente da Amaerj, juíza Eunice Bitencourt Haddad, falou do legado do desembargador. 

“Antônio Jayme Boente sempre se dedicou à Justiça ideal, aquela que atende à sociedade sem escolha de lados, com empenho, antenada aos anseios da população, preocupada em fazer sempre o melhor. Fica aqui o agradecimento de todos ao nobre e inesquecível desembargador”. 

Também presente na cerimônia, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, foi o responsável pela entrega do prêmio aos familiares do magistrado.  

“É uma homenagem especial a um amigo por demais querido, que tão precocemente nos deixou, mas que trazemos sempre a alegria da lembrança, da convivência durante décadas. O nosso amigo Antônio Jayme Boente era uma pessoa brilhante, um desembargador espetacular, jurista de alta qualidade e, acima de tudo, um conciliador, uma pessoa que sabia dialogar e buscar a solução pelo consenso”, destacou o presidente do TJRJ. 

Prêmio Amaerj Patrícia Acioli  

Com o objetivo de homenagear a memória da juíza Patrícia Acioli – assassinada em 2011 – e dar continuidade à luta da magistrada em prol da dignidade humana, a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro criou, em 2012, o Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos.  

A premiação tem o intuito de promover um mergulho no amplo universo dos Direitos Humanos e da Cidadania, através do fortalecimento do diálogo entre o Judiciário e a sociedade. A Constituição garante a todos o direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança. O objetivo do Prêmio é justamente defender que estes direitos sejam respeitados.

Confira os premiados da 11ª edição  

Trabalhos dos Magistrados 

1º lugar – “Violência de Gênero é Violação dos Direitos Humanos” 
Elaborado pelo desembargador Wagner Cinelli de Paula Freitas, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o estudo aborda a violência contra a mulher e o crime de importunação sexual. O objetivo do texto é contribuir para a melhor compreensão desse tipo penal e fomentar o debate sobre a desigualdade de gênero. 

2º lugar – “A Necessidade da Judicialização das Políticas Públicas Reveladas na Pandemia: o Caso de Indígenas” 
Escrito pelo juiz André Augusto Salvador Bezerra, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o artigo analisa se o fenômeno da judicialização das políticas públicas é apto para resolver democraticamente o persistente problema das violações de direitos no Brasil. O texto foca na judicialização, durante a pandemia, que envolve os povos indígenas. 

3º lugar  – “O processo como jogo” 
O texto, de autoria do juiz Antonio Aurélio Abi Ramia Duarte, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), trata dos limites éticos no âmbito processual e da atuação das partes. O artigo traz uma perspectiva histórico-cultural do tema e analisa o comportamento de personagens dos processos judiciais. 


Reportagens Jornalísticas 

1º lugar – “Política armamentista fortaleceu o crime organizado no Brasil” 
Série de reportagens do jornal “O Globo” mostra como a política armamentista do governo federal beneficiou o crime organizado no país. A publicação revelou que decreto federal beneficiou 351 condenados por posse ou porte de armas e que o armamento liberado abastece milícias e facções do tráfico. O jornalista Rafael Soares é o autor. 

2º lugar – “Mais Médicos – Os pequenos que se foram” 
A reportagem da Revista Piauí aponta que o desmonte do programa Mais Médicos causou a morte de crianças. Segundo a publicação, a saída de 8.500 médicos deixou a população desassistida nos municípios brasileiros em situação mais vulnerável. O jornalista Solano dos Santos Nascimento é o autor. 

3º lugar – “Quantos Pretos Você Perdeu?” 
A reportagem do “The Intercept Brasil” analisa como o genocídio de negros faz parte da realidade das comunidades de Recife, em Pernambuco, seja por violência, negligência médica ou deslizamentos de terra. São autores os jornalistas Martihene Keila de Oliveira e equipe. 

Menção Honrosa – “A Mulher da Casa Abandonada” 
Podcast da “Folha de S.Paulo” e do “UOL” investiga o passado de crimes por trás de uma mansão decadente em São Paulo. A série de reportagens conta a história da dona da casa Margarida Bonetti, brasileira acusada de manter uma empregada em condições análogas à escravidão durante 20 anos nos Estados Unidos. São autores o jornalista Chico Felitti e equipe. 

Menção Honrosa – “Amazônia na Encruzilhada” 
O documentário da GloboNews mostra uma das regiões do país que mais sofrem com o desmatamento e onde os povos indígenas são mais ameaçados. A equipe ficou dez dias na cidade que mais emite gases de efeito estufa do Brasil, São Félix do Xingu, no Pará. São autores os jornalistas Miriam Leitão, Cláudio Renato e equipe. 

Práticas Humanísticas 

1º lugar – “Comunidades e Movimentos em Luta: pela Justiça e pela Sobrevivência”
Movimento integrado por mulheres negras, moradoras de favelas, mães de vítimas de violência e parentes de pessoas privadas de liberdade. Foi criado em 2004 em decorrência da chacina do Morro do Borel, ocorrida no Rio de Janeiro em 2003. 

2º lugar – “Pretas Ruas” 
Iniciativa idealizada por mulheres negras, movidas pelo desafio de contribuir para a emancipação das mulheres que vivem na rua, em abrigos e ocupações, em extrema vulnerabilidade. Desde 2019, realiza ações sociais a fim de contribuir com a redução da desigualdade social e de gênero. 

3º lugar – “Dança Inclusiva” 
Criada em 2008, a Associação Cultural Namastê fomenta a inclusão efetiva na sociedade das pessoas com deficiência. São quatro eixos de atuação: arte, cultura, educação e saúde mental. A dança inclusiva, iniciativa promovida pela instituição em escolas públicas do Distrito Federal, contribui para o desenvolvimento do aprendizado das crianças com deficiência. 

Menção Honrosa – “Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama (CDHLG) – Formação em Direitos Humanos” 
Atividade de cultura e extensão da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) que propõe a educação e a prática reflexiva em direitos humanos, por meio de estudos interdisciplinares e da escuta ativa de moradores de rua. Foi criada em 2009 pelos estudantes da faculdade. 

Menção Honrosa – “ONG Rio da Paz” 
Em uma manhã de março de 2007, 700 cruzes pretas foram cravadas na areia da praia de Copacabana. O ato denunciava os assassinatos no Rio de Janeiro naquele ano. Nascia ali a ONG Rio da Paz, com protestos de impacto visual na luta pelos direitos humanos, pela redução de homicídios e pelo combate à pobreza. 


Trabalhos Acadêmicos 

1º lugar – “Direitos Humanos das Mulheres Rurais: Questões de Gênero e Saúde em Pasárgada”
O estudo, produzido por Noédson Conceição Santos, bacharel em Direito, analisa os Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres e compreende a efetividade prática na vida das mulheres rurais na Bahia. 

2º lugar – “Covid-19 e o Direito à Saúde Previsto na Lei de Execução Penal” 
Realizada pela estudante de Direito Ana Luiza Brinati Medina, a pesquisa trata dos impactos da pandemia de Covid-19 no sistema carcerário brasileiro, especialmente no que diz respeito à falta de garantias do direito à saúde dos presos. 

3º lugar – “A Tensão entre o Desenvolvimento Neoliberal e o Direito a um Meio Ambiente Equilibrado: a Teoria Contra Hegemônica dos Direitos Humanos como Alternativa” 
O trabalho, de autoria da advogada Elisa Maffassiolli Hartwig, aborda a relação entre o desenvolvimento capitalista neoliberal e as violações aos direitos humanos e a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. 

Menção Honrosa – “Abandono Afetivo Relacionado à Orientação Sexual e/ou Identidade de Gênero: um Estudo dos Reflexos Psicossociais e seus Efeitos Jurídicos” 
Escrito pela advogada Carolina D’Amorim Barreto, o texto analisa, sob as vertentes do Direito das Famílias e da comunidade LGBTQIAP+, quais são os efeitos psicológicos, sociais e jurídicos que crianças e adolescentes podem sofrer em decorrência do abandono afetivo causado pela discriminação da orientação sexual e identidade de gênero. Escrito pela jornalista Cinthya Pires Oliveira, o trabalho aborda a atuação do “Voz das Comunidades”, que surgiu como jornal escolar em 2005, no Rio de Janeiro, e desde então repercute em âmbito nacional e internacional. 


IA


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